Prezada Fundação Municipal de Educação (FME) de Niterói,
O ano de 2010 terminou com excelentes notícias para o espanhol na nossa cidade: um novo concurso para docentes da área foi convocado e, finalmente, a disciplina seria implantada na rede em 2011, após alguns tropeços anteriores. Nós, hispanistas brasileiros, especialmente os fluminenses, estavámos felizes com mais essa conquista.
No entanto, o ano letivo de 2011 sequer começou e nós, professores do Rio de Janeiro, recebemos uma péssima notícia: você assinou ou está em vias de assinar um convênio com o Instituto Cervantes (IC). Soubemos, FME, que o Diretor do IC esteve hoje em uma reunião com você, com a presença dos professores recém empossados. Soubemos que foram divulgadas as seguintes notícias: o Cervantes capacitará esses docentes de espanhol e, no futuro, planeja-se a oferta de cursos oferecidos pelo Instituto aos alunos da rede.
O que é isso, Fundação Municipal de Educação de Niterói? Você não sabe que a Universidade Federal Fluminense, com a qual o município de Niterói tem laços profundos, está aqui ao lado? E mais, FME, a UFF está neste momento oferecendo cursos de formação continuada para professores de espanhol das redes públicas totalmente gratuito e financiado por um convênio com o Ministério da Educação! Há poucos dias, FME, escrevi à sua coordenadora de Língua Estrangeira para oferecer os meus préstimos e os das minhas instituições para qualquer atividade relativa ao espanhol. Será, FME, que você acha que sai mais bonito na foto para a imprensa um convênio com uma instituição estrangeira que com uma universidade brasileira ou com uma associação de professores? É possível.
O que sei, FME, é que nossos estudantes perdem. Nossos professores perdem. Nossas universidades perdem. Perdem porque quem vai capacitar os professores de Niterói é uma instituição que não é de ensino superior ou sequer de ensino regular. Uma instituição que desconhece a realidade da educação brasileira. No Brasil, FME, e até mesmo em Niterói, lá no Campus do Gragoatá, a uns 3 km da sua sede, há professores de espanhol interessados e dispostos a colaborar. Professores que conhecem as escolas brasileiras, que possuem formação em nível de mestrado e doutorado, pesquisadores que há anos trabalham arduamente pelo espanhol neste país. Fora do Campus do Gragoatá também há muitos profissionais da área com os mesmos requisitos e que poderiam colaborar, FME. Há também muitos outros professores de espanhol por este país afora, que podem não ter tantos títulos, mas que conhecem as nossas escolas, os nossos alunos. Eles foram, inclusive, aprovados no recente concurso para a sua rede de escolas. Garantimos que eles têm mais a ensinar sobre espanhol no Brasil ao Cervantes que o Cervantes a eles.
Espanhol na escola é coisa séria, FME!
Atenciosamente,
Luciana Freitas
Professora de Espanhol
Realmente, é difícil levar essa FME a sério. Pergunte aos tantos profissionais da educação que, aprovados no penúltimo concurso - infelizmente, para cadastro de reserva - aguardaram tanto tempo pela ansiada convocação. Ao invés de chamá-los, A FME decidiu contratar profissionais no mercado e, posteriormente, abrir OUTRO concurso. Muito, muito complicada essa FME, francamente.
ResponderExcluirInfelizmente, esse é o nivel de pessoas q cuida dos interesses públicos, sempre visando ao lucro e sem respeitar profissionais de educacao ou nossos alunos. Lamentável! Torço por vcs! Tem q ter coragem pra encarar essa corja...
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